Porque também sou a favor da dignidade da vida humana e para mim este é um princípio que não se referenda;
Porque sou a favor da igualdade entre todos os seres humanos e este não é um valor mais de uns que de outros;
Porque sou a favor da responsabilidade social e esta não é uma causa para ser defendida apenas quando dá jeito e apenas na altura certa, na família certa, na idade certa, com o trabalho certo;
Porque sou a favor da mulher, que precisa de ser apoiada e compreendida e não entregue a si própria com uma decisão tão pesada e difícil, enquanto o homem é ainda mais desresponsabilizado e se põe à margem porque a decisão não é sua nem interessa ser;
Porque defendo a Liberdade e acredito que "a minha Liberdade acaba quando começa a Liberdade do outro". O meu poder de escolha não pode assentar no "vive ou deixa morrer" de outro ser humano. A vida de uma criança não pertence à mãe que a gera porque ninguem jamais tem o direito de decidir sobre a vida de quem quer que seja. Pensar o contrário é voltar ao tempo em que a escravatura era permitida porque uns podiam dispôr de outros como objectos e decidirem sobre a sua vida ou morte;
Porque acredito que há outra solução que não seja apoiar e financiar a morte, vou votar Não dia 11 de Fevereiro!
Porque sou a favor da igualdade entre todos os seres humanos e este não é um valor mais de uns que de outros;
Porque sou a favor da responsabilidade social e esta não é uma causa para ser defendida apenas quando dá jeito e apenas na altura certa, na família certa, na idade certa, com o trabalho certo;
Porque sou a favor da mulher, que precisa de ser apoiada e compreendida e não entregue a si própria com uma decisão tão pesada e difícil, enquanto o homem é ainda mais desresponsabilizado e se põe à margem porque a decisão não é sua nem interessa ser;
Porque defendo a Liberdade e acredito que "a minha Liberdade acaba quando começa a Liberdade do outro". O meu poder de escolha não pode assentar no "vive ou deixa morrer" de outro ser humano. A vida de uma criança não pertence à mãe que a gera porque ninguem jamais tem o direito de decidir sobre a vida de quem quer que seja. Pensar o contrário é voltar ao tempo em que a escravatura era permitida porque uns podiam dispôr de outros como objectos e decidirem sobre a sua vida ou morte;
Porque acredito que há outra solução que não seja apoiar e financiar a morte, vou votar Não dia 11 de Fevereiro!
Esta é um luta desigual entre um adulto e um ser humano em desenvolvimento. Temos o dever de defender e apoiar quem é mais fraco, se somos realmente defensores da igualdade, da justiça e da solidariedade, e se queremos verdadeiramente uma sociedade onde os mais fortes não possam por e dispor dos mais fracos.
Esta não é apenas uma questão de saúde pública e liberdade da mulher, é uma questão de JUSTIÇA SOCIAL, de DIREITO À VIDA e de IGUALDADE ENTRE TODOS OS SERES HUMANOS. E esta também é uma luta de séculos, que existe desde que o mundo é mundo!
Sofia Pereira
8 comentários:
A questão da igualdade entre os seres humanos : O feto não tem cérebro . Como pode querer que haja um ser humano sem cérebro?
Quando não existe vida, não existe decisão entre “vida e morte”, existe apenas manipulação de matéria . Veja o caso de uma pessoa que retira um tumor, acha mesmo que está a matar alguém?
Caro Senhor,
Seres humanos sem cérebro é o que mais há por ai! De outra forma não estariamos a dar cabo do planeta como estamos, falando apenas a nível ambiental.
Mas responderei mais seriamente ao seu comentário. É verdade que até às 10 semanas o feto nem tem o cérebro activo, mas não acho que isso faça dele menos ser humano. O feto não precisa de cérebro para existir, tal como uma vida não precisa de cérebro para ser vida. Os seres humanos existem exteriormente à mente. São percepcionados através dela, é verdade, mas não existem apenas em função dela. O cérebro é o canal através do qual percepcionamos e o mundo e tudo à nossa volta. Mas não é ele que determina a existência de vida.
Um feto é uma etapa do crescimento de um ser humano, tal como uma criança é um adulto em potencial. Retirar um tumor é agir sobre o seu corpo, algo que faz parte de si desde que nasce até que morre. Um feto não é um apendice nem viverá dentro de quem o gera até ao fim da vida, porque não é um orgão do corpo da mulher nem ela precisa dele para viver.
Assim, o feto enquanto vida não é propriedade da mulher. A ela cabe a decisão de querer criar ou não dentro de si uma vida. E há varias formas de o impedir. Mas a partir do momento em que há uma vida em crescimento não me parece que ela nem ninguém tenha o direito de a impedir.
Sofia Pereira
Cara Sofia Pereiro
Não percebi muito bem um aspecto do seu texto : Então qual é o critério que utiliza para saber se uma coisa está viva ou não ? ( e por viva entendo : Que tenha direito à vida ) .
É que o campo do não utiliza normalmente a concepção para marcar o início da vida...Posso lhe dar os meus argumentos se for esse o caso...Mas não queria estar para aqui a escrever à toa se a sua visão for outra...
Concordo consigo que, quando haja vida, deva ser proibido matá-la . Mas até às 10 semanas parece-me que se está muito longe de haver .
Parece-me também que, para se proibir às pessoas o uso da sua liberdade de consciência, é preciso uma tese à prova de qualquer dúvida razoável . Ainda não a vi no campo do não...
Gosto das suas perguntas! Mas a mim também me suscitam outras. Porque só as coisas vivas têm direito à vida? Penso que concorda comigo quando digo que as gerações que nos precederem, embora ainda não existam, também têm direito a viver.
O que está em causa para mim não é a altura exacta em que a vida começa, se é na concepção, na fecundação ou no que quer que seja. Talvez a fecundação possa cientificamente marcar o inicio e acho que faz sentido. Mas importo-me mais com o princípio que lhe subjaz: o desenvolvimento de uma vida. Quando uma mulher esta grávida, não esta meia gravida. Independentemente de onde a ciência prove que a vida começa, o crescimento de um feto e o desenvolvimento de um ser humano, que passa por várias fases, é um processo que eu acredito que não temos o direito de interromper.Temos o direito sim de escolher se queremos engravidar ou não, se queremos correr riscos ou não, se nos queremos proteger ou não.
Não é importante para mim que a ciência me marque um ponto no calendário para eu acreditar que ali há algo mais do que um conjunto de células.Dali nascerá um bebé e tudo o que impeça isso é uma aposta, não na vida e na criação, mas na morte e na destruição. Eu prefiro a 1 hipótese.
Não me considero autista, mas também não gosto de pautar o meu pensamento pelo que os outros ou a ciência dizem que é certo ou não.Tem os seus méritos, claramente, mas não é um código de conduta. Para mim isso é liberdade de consciência e só o é quando daí não advem nenhum mal para mim ou para os outros. Pelo menos um mal do qual eu esteja consciente. Bom seria que todos nós pudessemos ser sempre livres e equilibrados o suficiente para sabermos escolher o melhor para nós e simultaneamente para todos. Nesse dia acabariam as prisões, os crimes, a necessidade de um poder judicial ou de regras. Mas infelizmente ainda não chegámos a esse grau de desenvolvimento.
Sofia Pereira
Eu considero que só as coisas vivas têm direito à vida . Queria explicar-lhe bem porquê : É que tem a ver com uma questão bem particular de ética que se aplica a todos os que têm filhos ou que podem ter filhos .
É que as referidas pessoas têm o poder de transformar matéria em vida, nomeadamente através da gravidez . Se se partir do pressuposto que existe esse direito à vida por parte da próxima geração, as decisões que se toma são de vida ou morte . E, sendo que o número máximo de filhos que conseguimos ter se situa entre os 20 ou 30, cada filho que decidirmos ter a menos é um filho morto...
Para a maior parte de nós, ter mais do que 3,4 ou 5 filhos implica não lhes poder dar as condições que uma criança precisa para o seu desenvolvimento . Pelo que, ter-se demasiados filhos constitui na prática um crime contra estes .
Porque é que se há de tomar o partido de uns em detrimento dos outros : Com os filhos que nascem estamos envolvidos afectivamente . Durante anos lidamos com eles todos os dias . São pessoas, são vidas, com direitos; disso ninguém duvida . Os filhos potenciais não têm nada disso .
Portanto estamos numa situação em que temos que decidir quantos filhos temos e garantir que só temos esses . Para isso, para a maior parte das pessoas, os métodos contraceptivos chegam . Mas há dois grupos de pessoas que podem ter que recorrer ao aborto (sem falar nos casos já previstos na lei actual) :
Os azarados : As probabilidades de engravidar mesmo usando métodos contraceptivos não são assim tão pequenas : 11%de probabilidades de falhar um preservativo . 10%de período fértil . 20%de probabilidades de engravidar no acto sexual . Digamos 100 relações sexuais por ano . 15 anos de actividades sexuais . Vejamos o valor esperado : 0.11*0.1*0.2*100*15=3.3 gravidezes indesejadas em média por pessoa durante a vida .
Os descuidados : Há quem não use métodos contraceptivos por desconhecimento ou por desleixo e talvez por muitas outras razões . Eu acho que mesmo essas pessoas deveriam ter direito a uma última oportunidade para corrigir o seu erro .
E é aqui que entra inevitavelmente a questão de se saber se o que estamos a fazer é o mesmo que “matar” um filho potencial ou matar um ser humano .
Não sei se lhe respondi bem à questão...De qualquer modo fico disponível par tentar de novo e para corrigir qualquer erro que veja no meu raciocínio .
Não decidir conceber e planear 20 ou 30 possíveis gravidezes não é crime, é liberdade de escolha. Decidir pôr fim a uma vida que já está em desenvolvimento não é liberdade de escolha, é um crime porque é um atentado à dignidade e direito de existir de outra vida.
Os azarados e descuidados, como lhes chamou, não têm como única opção o aborto."Quem não quer encontra uma desculpa, quem quer encontra um meio". E não é justo que para corrigir um erro, mais uma vez usando as suas palavras, seja implicada e prejudicada outra vida que, essa sim, não é responsável pelos actos de quem a gerou.
Sofia Pereira
Cara Sofia Pereira
A grande de diferença entre si e eu prende-se realmente com este ponto : Até às 10 semanas, acha que há vida e eu acho que não, porque :
A fecundação marca apenas a junção do ADN e constituição de uma base genética . Se ter um ADN diferente fosse marca de vida, os gémeos seriam a mesma pessoa... E não são...São pessoas distintas cada uma com o seu direito à vida individual .
No meu entender o que marca o direito à vida é a existência dos neurónios que suportam a consciência . “intuição mais ou menos clara que temos dos fenómenos psíquicos; todo o conhecimento imediato; sentimento de si mesmo” Porto Ed 7ªed. Ou senciência, se quiser . Pergunto-lhe se não é essa função que associa ao ser ?
É que, não estando lá esta função . Estará alguém no feto ? Há partes do nosso corpo que não fazem a nossa identidade . Pessoas transplantam corações, perdem braços e pernas e até têm AVCs e continuam a ser pessoas . Não será o feto apenas um involucro de órgãos onde ainda não habita uma pessoa?
Aconselho-lhe vivamente "O Poder do Agora" de Eckhart Tolle. Não se prende directamente com este assunto mas fala muito do que é ser consciente. Talvez aí possa encontrar uma maneira diferente de olhar para a questão.
Cumprimentos,
Sofia Pereira
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