Aproveito o blog para apresentar alguns dos argumentos que encontro e que justificam a minha opção clara, face às duas alternativas em jogo, no referendo sobre a despenalização da IVG até às 10 semanas:
1. O Sim no referendo representa a demissão do Estado das suas funções sociais e educacionais, visto que a prevenção a montante do problema (criação de comissões especializadas de apoio a famílias carenciadas, educando a população mais desfavorecida através do apoio de assistentes sociais, psicólogos e técnicos especializados) contribui decisivamente para uma maior informação, visando a prevenção de gravidezes indesejadas. Seria lógico e pertinente que todo o esforço financeiro que este referendo representa, bem como a verba que o Estado dispensaria ao Ministério da Saúde (em caso de vitória do Sim) pudesse ser aplicado num reforço do n.º de estruturas e de técnicos aptos a informar as franjas mais carenciadas da população!
2. O Sim não representa, contrariamente à ideia que se pretende fazer passar, um sinal de “modernidade”. Não é por imitarmos políticas em vigor noutros países que tornamos o país mais moderno. Porque não importamos a xenofobia ou o racismo de certos países de vanguarda, de modo a nos tornarmos modernos? Porque não apoiamos a guerra no Iraque (conotada como um erro, praticamente em todo o mundo), a reboque da nação mais poderosa e “moderna” do mundo? Em suma, é um argumento vazio. Nunca devemos deixar de pensar pelas nossas cabeças, em nome de um modernismo que, na realidade, é um retrocesso civilizacional.
3. É do conhecimento geral as marcas profundas que, regra geral, um aborto provoca na pessoa que o pratica. Porque não canalizar os nossos esforços (financeiros, sociais) para procurar evitar ao máximo que esta problemática ocorra? Porque ignoramos os problemas que conduzem à eventual necessidade de uma prática abortiva, em vez de, responsavelmente, os tentarmos resolver?
4.Actualmente, os métodos contraceptivos existentes são vastos e estão ao alcance do comum cidadão. Sendo assim, e caso os usemos devidamente, a probabilidade de uma gravidez indesejada cai dramaticamente. É legítimo permitir o aborto como um método contraceptivo “a posteriori”, eliminando a possibilidade de nascimento de uma vida humana? E porque o actual governo deixou de comparticipar a pílula contraceptiva e a pílula do dia seguinte, e de proceder à distribuição gratuita de preservativos?
5. Na nova lei que se pretende aprovar, não são distinguidos os correntemente citados (pelos defensores do Sim) “casos dramáticos” daqueles em que, uma mulher com meios económicos, que engravide “em má altura ou momento não planeado”, que não tenha, juntamente com o seu parceiro, sido prudente no uso de métodos contraceptivos. Junta-se a farinha toda no mesmo saco. Assim, passaria a ser permitido abortar, até às 10 semanas, em quaisquer circunstâncias! Um aborto a pedido, portanto, sem a necessidade de razões invocadas. É razoável, é legítimo? Onde pára a noção da responsabilidade de cada um pelos seus actos? È razoável eliminar uma vida por...comodidade?
6. Estudos diversos apontam para uma inversão na pirâmide etária (envelhecimento) da população europeia, nomeadamente a portuguesa. Seria então lógico e desejável que fosse estimulada a natalidade, pelos mais diversos meios. O governo alemão, por exemplo, concede subsídios elevados para contrariar esta realidade. Qual a prioridade actual do Governo português? Aprovar uma lei de liberalização total do aborto até às 10 semanas...;
7. Por último, e o maior dos argumentos que encontro: o direito à vida! Ninguém é dono da vida de outro ser humano! Penso que todos estaremos gratos pelo facto de as nossas mães nos terem dado a oportunidade de nascer. É gratificante pensar que, no nosso caso, as nossas mães não acharam inconveniente ter um filho (pelas mais diversas razões: económicas, sociais, profissionais, etc...). Conheço várias pessoas provenientes de famílias de parcos recursos, que foram educados com dificuldades diversas, mas que nem por isso deixaram de ocupar o seu lugar na sociedade, com esforço, com humildade, com vontade de aprender, de crescer, de lutar...em suma, vivendo.
1. O Sim no referendo representa a demissão do Estado das suas funções sociais e educacionais, visto que a prevenção a montante do problema (criação de comissões especializadas de apoio a famílias carenciadas, educando a população mais desfavorecida através do apoio de assistentes sociais, psicólogos e técnicos especializados) contribui decisivamente para uma maior informação, visando a prevenção de gravidezes indesejadas. Seria lógico e pertinente que todo o esforço financeiro que este referendo representa, bem como a verba que o Estado dispensaria ao Ministério da Saúde (em caso de vitória do Sim) pudesse ser aplicado num reforço do n.º de estruturas e de técnicos aptos a informar as franjas mais carenciadas da população!
2. O Sim não representa, contrariamente à ideia que se pretende fazer passar, um sinal de “modernidade”. Não é por imitarmos políticas em vigor noutros países que tornamos o país mais moderno. Porque não importamos a xenofobia ou o racismo de certos países de vanguarda, de modo a nos tornarmos modernos? Porque não apoiamos a guerra no Iraque (conotada como um erro, praticamente em todo o mundo), a reboque da nação mais poderosa e “moderna” do mundo? Em suma, é um argumento vazio. Nunca devemos deixar de pensar pelas nossas cabeças, em nome de um modernismo que, na realidade, é um retrocesso civilizacional.
3. É do conhecimento geral as marcas profundas que, regra geral, um aborto provoca na pessoa que o pratica. Porque não canalizar os nossos esforços (financeiros, sociais) para procurar evitar ao máximo que esta problemática ocorra? Porque ignoramos os problemas que conduzem à eventual necessidade de uma prática abortiva, em vez de, responsavelmente, os tentarmos resolver?
4.Actualmente, os métodos contraceptivos existentes são vastos e estão ao alcance do comum cidadão. Sendo assim, e caso os usemos devidamente, a probabilidade de uma gravidez indesejada cai dramaticamente. É legítimo permitir o aborto como um método contraceptivo “a posteriori”, eliminando a possibilidade de nascimento de uma vida humana? E porque o actual governo deixou de comparticipar a pílula contraceptiva e a pílula do dia seguinte, e de proceder à distribuição gratuita de preservativos?
5. Na nova lei que se pretende aprovar, não são distinguidos os correntemente citados (pelos defensores do Sim) “casos dramáticos” daqueles em que, uma mulher com meios económicos, que engravide “em má altura ou momento não planeado”, que não tenha, juntamente com o seu parceiro, sido prudente no uso de métodos contraceptivos. Junta-se a farinha toda no mesmo saco. Assim, passaria a ser permitido abortar, até às 10 semanas, em quaisquer circunstâncias! Um aborto a pedido, portanto, sem a necessidade de razões invocadas. É razoável, é legítimo? Onde pára a noção da responsabilidade de cada um pelos seus actos? È razoável eliminar uma vida por...comodidade?
6. Estudos diversos apontam para uma inversão na pirâmide etária (envelhecimento) da população europeia, nomeadamente a portuguesa. Seria então lógico e desejável que fosse estimulada a natalidade, pelos mais diversos meios. O governo alemão, por exemplo, concede subsídios elevados para contrariar esta realidade. Qual a prioridade actual do Governo português? Aprovar uma lei de liberalização total do aborto até às 10 semanas...;
7. Por último, e o maior dos argumentos que encontro: o direito à vida! Ninguém é dono da vida de outro ser humano! Penso que todos estaremos gratos pelo facto de as nossas mães nos terem dado a oportunidade de nascer. É gratificante pensar que, no nosso caso, as nossas mães não acharam inconveniente ter um filho (pelas mais diversas razões: económicas, sociais, profissionais, etc...). Conheço várias pessoas provenientes de famílias de parcos recursos, que foram educados com dificuldades diversas, mas que nem por isso deixaram de ocupar o seu lugar na sociedade, com esforço, com humildade, com vontade de aprender, de crescer, de lutar...em suma, vivendo.
Assim, penso ser uma atitude cívica e de respeito pela condição humana votar NÃO no referendo do dia 11 de Fevereiro!
Alexandre Resende
1 comentário:
Ola!
Eu ate' poderia votar NAO.. se:
-o Estado Portugues apoiasse uma mae solteira dando-lhe o necessario para o seu filho nunca passar necessidades, tendo todos os bens ensenciais;
-Poderia votar NAO se, muitos homens, assumissem a paternidade dos seus filhos em inves de fujirem as suas responsabilidades como pai.
Uma mulher comete um crime por abortar.... e um homem k foje a's suas responsabilidades... nao comete um crime?;
-Tenho o caso de uma amiga, que teve um bebe com imensos problemas, tem 5 meses, ainda nao saiu do hospital. Ninguem a apoia, nem um psicologo tem...
Eu sei o quanto ela sofreu com a gravidez. Engravidou com 19anos, visto ter ajuda para criar o filho decidiu nao ir ao nosso Pais Vizinho Abortar. Mas nem tudo correu bem, foi detectado problemas no bebe... e mesmo assim n fizeram um aborto! Teve um parto deloroso... e hoje sofre ao ver o proprio filho sofrer... Nao tinha sido preferivel um aborto?
E e' por isto e muito mais...que voto SIM!
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